sexta-feira, 26 de março de 2010

DOMINGO DE RAMOS

Uma semana inteira para meditar no mistério pascal, santificada pela presença de Jesus, o servo que se torna Senhor. Tudo começa com o Domingo dos Ramos ou da Paixão. Paixão e vitória se misturam. “Para realizar o mistério de sua morte e ressurreição, Cristo entrou em Jerusalém, sua cidade. Celebrando com fé e piedade a memória dessa entrada, sigamos os passos de nosso salvador para que, associados pela graça à sua cruz, participemos também da sua ressurreição e da sua vida” (Exortação antes da bênção dos ramos).

A procissão dos ramos inaugura a Semana Santa evocando a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém. O Cristo é saudado como rei com gritos de Hosana. Os paramentos são rubros, vermelhos. Lembram o fogo e o martírio. Há alegria, vida e movimentação no ar. Os fiéis chegam de todos os cantos e acompanham a procissão. As leituras do Domingo dos Ramos colocam os fiéis diante do sofrimento do Messias. Aparecem justapostos afirmação da glória e do sofrimento de Cristo neste domingo e nos dias da Semana Santa. Este paradoxo, segundo os liturgistas, é a própria linguagem do mistério. A procissão é como um sinal sacramental da Páscoa que é caminhada, caminho e êxodo. Entra-se no templo com as palmas ou ramos, como na sexta-feira se entrará com a cruz e na vigília do sábado com o círio pascal. Tal procissão fala a coragem da partida, da esperança de uma terra e de uma humanidade nova. O Domingo de Ramos se reveste de alegria.
Jesus entra em Jerusalém montado em um jumentinho. O gesto marca a pobreza e a simplicidade do Messias. Jesus pede que lhe procurem um asno, para devolvê-lo depois. Há uma grande distância entre a concepção vivida pela multidão e a maneira como Jesus encara esse momento. Jesus sente-se a pedra que os pedreiros rejeitaram.
A profecia do servo sofredor, texto escrito muito tempo antes de Jesus e lida na missa dos ramos (Is 50, 4-7), descreve antecipadamente a missão de Jesus: o servo abre os ouvidos para as palavras de Deus, oferece as costas aos que nele batem e as faces aos quem lhe arrancam as barbas, não desvia seu rosto das cusparadas e dos bofetões. Entrados no templo, depois da procissão, somos lançados em cheio na paixão do Senhor (Filipenses).

*Adaptado do texto de Frei Almir Ribeiro Guimarães, OFM

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